Aviso: Esta resenha pode conter Spoilers dos dois primeiros volumes da série “Fallen”!
Com um enredo interessante, “Paixão” teria tudo para ser o livro mais empolgante da série. No entanto, peca em querer inovar e acaba caindo na mesmice durante mais de 350 páginas em que vemos a protagonista, que tinha tudo para ser uma grande personagem, se tornar uma obsessiva apaixonada.

Nome: Paixão
Autor: Lauren Kate
Editora: Galera Record
Páginas: 377
Sinopse: Após os eventos que finalizam “Tormenta“, Luce busca uma forma de libertar Daniel e a si mesma da maldição que os impede de ficar juntos. É através de viagens temporais, que a levam para conhecer “seus passados” e as “outras Luces” que caminharam sobre a terra, que a moça tenta entender o início da horrível maldição que os acomete para conseguir quebrá-la e libertar Daniel e sua própria alma de seus destinos cruéis.
“Paixão” é o terceiro volume da série dos anjos caídos escrita por Lauren Kate que tem início com o livro “Fallen” e sequência com “Tormenta“, ambos já resenhados aqui no blog. Você pode conferir cada resenha clicando no link disponível nos nomes dos livros.
Pois bem, até o momento, para mim esse é o pior livro da série. No entanto, a curiosidade de saber como essa história irá terminar me motiva a embarcar na leitura do quarto e último volume. E porque não dizer que também tenho uma certa “esperança” de que a história acabe de forma digna e a autora entregue ao leitor um desfecho razoável para a trama.
“Luce morreria mil vez alegremente, desde que pudesse estar com ele novamente do outro lado.”
Antes de elencar os pontos que me decepcionaram em “Paixão“, irei abranger os pontos pertinentes que por consequência tornam a história legível e impulsionam o leitor a não abandonar a leitura.
Foco nos detalhes
Desde minhas resenhas dos dois primeiros livros, eu destaco que uma das coisas que admiro na série é a escrita de Lauren Kate. E embora a história esteja repleta de descrições e detalhes, o enredo flui bem. Mérito da autora que mesmo em meio a furos e falhas na narrativa, cativa e instiga o leitor a ler até o final.
Não posso mentir e devo dizer que a escrita de Kate é exemplar. E mesmo que “Paixão” não tenha sido uma das minhas melhores leituras, pretendo ler outras obras da autora.
“Então, ela poderia voltar ao presente e não precisaria existir qualquer segredo. Era tudo o que ela realmente queria: que eles se amassem abertamente. E que ela não morresse.”
Em “Paixão”, diferente dos títulos anteriores saboreamos uma visita ao passado, com a protagonista, Luce, viajando pelo tempo em busca de respostas para quebrar a maldição que impede ela e Daniel de ficarem juntos. Essas viagens ao passado que liga a moça com as outras “Luces” que existiram antes dela são interessantes, visto que a construção de cenário é belíssima; sendo possível em um capítulo nos vermos presos a um bombardeio na Rússia comunista e alguns capítulos mais tarde nos vermos diante de um luxuoso palácio vitoriano.
As descrições dos cenários suntuosos são um brilho para o olhar e faz o leitor imaginar e sentir a brisa suave diante de uma praia com ares havaianos, ou mesmo o cheiro intenso de carniça e medo impregnado em terras maias.
Viajem no tempo?
Talvez esse seja exatamente o maior erro de Lauren Kate; a viagem no tempo. Se por um lado, a possibilidade de Luce explorar suas outras vidas por meio de viagens temporais soa instigante, por outro, é possível notar falhas perceptíveis de uma narrativa que não possui uma base coerente para sustentar a trama.
O que quero dizer com isso?
Vejam bem, Daniel, nosso protagonista, é um anjo e também viaja no tempo. O que ocorre, é que nessas viagens ele tem contato consigo mesmo no passado, por diversas vezes. E é esse fato que parece passar despercebido pelo anjo nos livros anteriores que nem ao menos menciona algo que o leve a questionar o momento em que se viu no passado, visto que, conforme o próprio diz em “Fallen” ele é imortal.
“Nem em todos os sonhos mais loucos de Luce sobre reviver suas vidas passadas ela imaginara aquilo: a própria morte. A realidade era mais terrível que o que seus pesadelos mais sombrios poderiam vislumbrar. Ela continuou ali, parada na neve gelada, paralisada por aquela visão, com seu corpo desprovido da capacidade de se mover.”
Vamos para mais um ponto.
Ok, essa pode ser a primeira viagem no tempo que ambos os personagens fazem. Mas, se for, a partir do primeiro contato que ambos fazem (Luce com sua versão anterior e Daniel consigo mesmo em outros momentos) já existiria pequenas alterações no presente. Como ainda não li o livro “Êxtase”, não posso dizer com exatidão que este é um ponto falho, visto que preciso saber se a autora alterou alguma coisa no presente devido as pequenas grandes mudanças que ocorrem no passado dos personagens.
No entanto, existe, no próprio livro de “Paixão”, provas de que aquelas visitas já haviam acontecido anteriormente, como em um ciclo vicioso. Para quem gosta de histórias de viagens no tempo, esse erro físico acaba sendo imperdoável.
Um metamorfo?
Esse é um dos pontos que mais me incomodou em relação a construção de viagem temporal feita por Lauren Kate; a mudança física de Daniel em alguns momentos históricos. Não me lembro de em qualquer ponto dos livros anteriores, o anjo ter mencionado que poderia alterar sua forma. No entanto, fica evidente que ele muda de forma em ocasiões específicas, dependendo do contexto em que se encontra.
Acredito que se Daniel é um imortal, sua forma física não deveria mudar drasticamente. Um moreno queimado de sol tudo bem, passa, agora um ameríndio maia ou um guerreiro chinês, não.
Ainda sobre Daniel…
Vamos intercalar um pouco das decepções com algum elogio. Gostei da forma como a autora desenvolveu o personagem de Daniel. Se nos dois primeiros livros ele pareceu uma estátua que servia para ser idolatrado por Luce, aqui conhecemos um pouco mais da sua personalidade e de como ao longo de suas vidas ele amadureceu até se tornar o homem que conhecemos no primeiro volume da série.
Claro que esse desenvolvimento do mocinho não é suficiente para fazer o leitor gostar dele, mas já serve para alguma coisa. Pelo menos, conhecemos um pouco do personagem que serviu para destruir toda a construção interessante de uma protagonista que tinha tudo para ser forte e diferente das mocinhas de livros adolescentes.
“Era isso que a ausência dela causava nele. Sim, ele estava preso pela bola e pela corrente de ferro dos prisioneiros, mas a verdadeira carcereira era a culpa.”
Infelizmente, Luce nesse terceiro capítulo se torna uma personagem detestável. Se em Tormenta tínhamos uma protagonista questionadora, que queria saber mais sobre si mesma, a maldição e até mesmo se compadecia da dor das famílias das outras Luces. Em “Paixão”, Kate destruiu tudo que construiu na personagem, entregando uma garota chata que só sabe dizer: “Eu quero Daniel” durante todo o livro. Chega a ser decepcionante ler o quanto Luce evoluiu para um disco quebrado.
“Paixão” é um livro em parte, desnecessário. Ele tem sua relevância na história, mas é tedioso como as coisas se desenrolam, a desconstrução da protagonista e os infinitos erros físicos que ocorrem durante a trama que tenta se sustentar na temática de viagem do tempo. Talvez a única coisa que se salve sejam as descrições primorosas que a autora faz dos períodos abordados, a pesquisa histórica que envolvem os fatos (um deleite para quem gosta de História) e o desenvolvimento de Daniel que deixa de se tornar o protagonista que não faz nada.
Enfim, encerro a resenha dizendo que irei ler o quarto e último volume para encerrar a série e fazer um panorama geral. E também, tenho esperanças de que a viagem no tempo feita por Luce e Daniel tenha uma lógica física explicada de forma convincente.
Apesar de muita gente achar a série Fallen ruim (já ouvi e oi bastante coisa), eu gostei do desenrolar e final do livro.
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Hahaha eu li o último esse ano e devo postar a resenha pelos próximos meses.
Olha, eu gostei do final, não achei “o melhor final do mundo”, mas é um final condizente com o que autora apresentou… Não sei o que esperavam, mas eu fiquei satisfeita com o desfecho rsrs
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Sim! Foi totalmente dentro do que a autora vinha apresentando esse o início do primeiro livro, então não tinha muita coisa a se fazer, né?
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Siiim. Verdade. Então, não vi qualquer problema no desfecho, a autora já tava apresentando a história toda do jeito como ela seria…. É bom poder compartilhar a mesma opinião com alguém rsrs
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Finalmente alguém falando sobre como a mudança do Daniel não faz sentido nenhum! Hahaha eu fiquei muito confusa com isso quando li o livro. Pra mim a melhor parte da história do 3o livro é o companheirinho da Luce – que no final sabemos quem é, não quero dar spoilers -, pelo menos ele era engraçado.
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Siiiim!!! Quando eu li eu fiquei tipo “Aonde que a autora escreveu que os anjos são metamorfos mesmo?!” Porque não faz sentido nenhum eles se encontrarem na China e o Daniel ser loirinho dos olhos azuis… Acho que essa foi a pior parte da história porque não tem nenhum explicação anterior disso ser possível… Enfim… Concordo, o Bill é realmente carismático nesse livro, mas no último ele ficou bem apagado… Demais até pelo fato dele ser um vilão e ser considerado O vilão da história… Mas enfim rsrs
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