Pílulas Azuis – Frederik Peeters

Uma Graphic Novel simples, mas sensível no ponto certo ao lidar com um assunto importante que toca fundo aquela veia preconceituosa que ainda persiste dentro de cada um de nós. Uma história necessária que fala com uma sutil delicadeza sobre a realidade de uma pessoa soropositiva.


“E porque, ao contrário do que pensa, de todas as pessoas que conheço, você é a mais dotada para a vida.”

Nome: Pílulas Azuis
Autor: Frederik Peeters
Editora: Nemo
Páginas: 206


Sinopse: Uma narrativa autobiográfica em que conhecemos Fred e Cati, um casal que se apaixona e juntos conseguem superar todos os obstáculos impostos pelo vírus da AIDS. Vencendo barreiras como o preconceito e falta de informações sobre a doença que existe na sociedade.


Pílulas Azuis” é uma Graphic Novel fenomenal. Uma história autobiográfica que transmite com delicadeza e simplicidade a vida de um casal que tem que lidar com o vírus do HIV. É aquele tipo de narrativa que chacoalhar o leitor e mostra como o preconceito e a falta de informação ainda persiste em nossa sociedade, principalmente quando o assunto é a AIDS.

Através de uma narrativa simples e de traços finos, o autor transmite com clareza e objetividade a falta de informação, o pré julgamento, o preconceito e o medo que muitos carregam dentro de si pelo simples fato das informações adequadas serem passadas de forma incorreta. E muitos nem ao menos cogitam em procurar aprender ou entender o vírus.


“Afinal, não se define uma pessoa em função de suas doenças… Ninguém precisa saber se você têm diabetes ou frieira nos pés!”

E mesmo possuindo uma carga emocional dramática e abordar um assunto delicado “Pílulas Azuis” se mantém sendo uma Graphic Novel leve. A história é verídica e baseada na vida do próprio autor que demonstra como o amor supera todas as barreiras, inclusive uma tão devastadora quanto a AIDS.

Uma das abordagens mais belas da obra é o fato de apresentar em traços simples e belos que ninguém deve ser definido por uma doença. É aquele tipo de história que cativa o leito e o faz terminar a leitura com um sorriso no rosto e o coração quente. Além de é claro, ensinar em pouco mais de 200 páginas como é conviver com uma pessoa soropositiva.

Uma história de amor real

Se tem uma coisa que eu adorei saber sobre essa Graphic Novel é que ela é uma história autobiográfica. Ou seja, a história de amor e cumplicidade entre o casal protagonista, além de linda, é totalmente verídica.


“É uma doença física que toca no que há de mais intangível no humano… o amor… ela gera aleijados do amor!.”

É encantador, acompanhar como Fred enfrenta a situação da doença de sua esposa, Cati. Como ele, como marido e companheiro, a apoia quando seu mundo parece ruir. É uma doçura, acompanhar todo afeto e carinho que ele nutre por Cati e o filho da moça que também é portador da doença.

É através dos medos, incertezas e inseguranças de Fred que vemos como ele consegue lidar com a situação, não apenas aprendendo a conviver com o vírus, como também a entendê-lo e compreender como a AIDS se forma e se torna um perigo.

Na Graphic Novel acompanhamos não apenas um casal superando uma doença juntos. Mas sim, o amor nascer de forma tão pura e bela que um vírus não é capaz de destruir ou afastar. Uma história linda que mostra que apenas um pouco de conhecimento é suficiente para fazer com que as pessoas percam o preconceito e o medo.

Uma Graphic Novel necessária

Vocês sabiam que o HIV só é transmitido através do contato direto de sangue com sangue ou por meio de alguma ferida durante a relação sexual?

Infelizmente, devido ao terror e temor que a mídia vende para a população em relação ao HIV serve não apenas para alertar sobre o perigo do contagio, mas também reforça um temor desnecessário nas pessoas que com receio de uma possível contaminação acabam alimentando o preconceito em relação a pessoas portadoras do vírus.

“Com o tempo consegui me desvencilhar definitivamente do menor vestígio daquela piedade que eu arrastava como uma pedra no meu sapato.”

É uma realidade triste, mas muitas pessoas pelo simples fato de não terem o conhecimento necessário, acham que o vírus é transmitido pela saliva, pelo toque ou até mesmo pelo ar. Infelizmente, é um preconceito que ainda existe e que por mais que se fale sobre, é preciso reforçar a informação de como o vírus se propaga e mudar a forma como pensamos e vemos as pessoas soropositivas.

Pílulas Azuis” é uma história necessária. Seja para quebrar o preconceito que existe frente a uma doença, seja para ensinar sobre os cuidados e as formas de contágio ou até mesmo para mostrar ao leitor que o amor cura tudo e que uma pessoa com HIV não está e nem deve jamais ser condenada a solidão.


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5 comentários em “Pílulas Azuis – Frederik Peeters

  1. Tá na minha lista essa, gosto da editora Nemo, conhece as HQs do Fabien Toume? “Duas Vidas” que é sensacional e “não era vc que eu esperava, mais parecido com esse que vc resenhou, pois fala da filha dele que tem síndrome de Down. To me preparando pra ler dele também A odisseia de Hakin, o primeiro é muito bom, já tem 3, não sei se vem mais por ai rsss. Gosto muito de Graphic novels, ainda são subestimadas, tidas como “quadrinhos”, uma pena…

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    1. Eu tenho ambas na estante, mas ainda não parei pra ler. Pretendo ler ainda esse ano e trazer resenha por aqui rsrs. Essa “Odisseia” eu não conheço, é sobre o que?!
      Ah verdade, tem toda razão, as pessoas tiram bastante o mérito das GN julgando como meros quadrinhos… Além de um erro, perdem a oportunidade de ler histórias incríveis demais…

      Curtido por 1 pessoa

      1. Pois é mas vamos divulgando aqui ne trabalho de formiguinha sw conseguir um leitor ta otimo rsss eu faço algumas resenhas tb. A odisséia de Hakin é sobre o oriente medio os conflitos e principalmente as pessoas normais como vivem com isso. É mais uma historia pra mostrar que lá nao tem só terroristas rsss. E é do mesmo autor dessas outras duas que citei.

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