O Mirante da Montanha – Geraldo Rocha

Livro cedido em parceria com o autor.

Lindo, intenso, profundo e emocionante. Um livro que conta uma história de amor sensível e real, que sobrevive ao tempo e as adversidades da vida. Aquele amor que supera obstáculos e nos mostra que para tudo existe um tempo certo.


“Todas as pessoas do mundo, em algum momento, sentem dúvidas, fraquezas e ansiedade, porém somente aquelas dotadas de espírito forte e lutador conseguem vencer as adversidades.”
“Todas as pessoas do mundo, em algum momento, sentem dúvidas, fraquezas e ansiedade, porém
somente aquelas dotadas de espírito forte e lutador conseguem vencer as adversidades.”

Nome: O Mirante da Montanha
Autor: Geraldo Rocha
Editora: Novo Século
Páginas: 206
Nota: 4,5


Sinopse: Fernando e Larissa se conheceram e se apaixonaram durante a adolescência. Namoraram e planejaram sonhos que envolviam o futuro do casal. No entanto, devido a preconceitos e fatalidades orquestradas pelo destino, são impedidos de seguir juntos e passam a trilhar caminhos distintos. Após anos, Fernando retorna para a cidade em que cresceu e tem a chance de se reencontrar com seu primeiro e único amor, Larissa. Mas será que aquele sentimento forte que ambos nutriram um pelo outro durante a adolescência ainda existe?


O Mirante da Montanha” é aquele tipo de livro dotado de uma delicadeza capaz de aquecer o coração até mesmo daquele leitor mais frio e fechado. Narrada com leveza, a história flui de maneira prazerosa, retratando através de uma prosa graciosa e pura os empecilhos que um relacionamento pode vir a ter. Esse cuidado contido na composição da trama, proporciona ao leitor um misto de sentimentos intensos que se fortificam a cada capítulo apreciado.

É através dessa prosa simplista, mas ao mesmo tempo elegante que Geraldo Rocha transpassa para o leitor sentimentos como amor, ternura, paixão, tristeza, melancolia, empatia. É uma leitura poética, em que a formosura se encontra não apenas na história que nos é contada, mas também na forma afetuosa com que o autor descreve os acontecimentos e sentimentos que perpetuam nos personagens.

“As pessoas acabam se adaptando a realidade e deixando seus sonhos para trás, vivendo a vida que conseguiram no presente e alimentando ou esquecendo os sonhos perdidos na caminhada.”

Em “O Mirante da Montanha” somos apresentados a personagens simples, acostumados a viver de forma humilde dia após dia, sem grandes pretensões e apenas seguindo vidas normais. São pessoas como eu e você, que possuem vidas corriqueiras e sonhos modestos. No enredo, não existe o fantástico ou mágico, apenas o cotidiano que retrata uma bela história de amor que poderia facilmente ser a minha, a sua, ou a de algum conhecido. Um romance singelo dotado de uma inegável beleza.

O encanto do cotidiano em uma cidade pequena

Você já parou para pensar em como a trivialidade pode ser composta de uma harmonia singular?  E em como histórias como a que acompanhamos em “O Mirante da Montanha” possuem uma graciosa formosura?

“Em Pedra Azul tudo era calmo, o tempo não passava, as pessoas sentavam-se na porta das casas todas as tardes para ver as outras passarem. Alguém sempre tinha uma história nova para contar, uma notícia para dar sobre um menino que acabara de nascer, sobre a gravidez de uma moça, tudo se fazia e tudo se sabia.”

Aqui, conhecemos e acompanhamos a rotina de personagens que vivem corriqueiramente no interior de uma pequena cidade chamada “Pedra Azul’. Pessoas que possuem histórias reais que se assemelham a muitas que vemos por aí. Não é difícil nos apegarmos aos personagens e a história, afinal tudo gira em torno do real e acessível, o que torna fácil para o leitor se lembrar de um casal apaixonado que conheceu em sua adolescência, do amigo de infância que adoeceu ou mesmo daquela amiga que se tornou o cupido para unir um casal.

Um dos grandes méritos da obra é sem dúvida a autenticidade da ambientação em que se passa a história, a cidade de “Pedra Azul”. O autor consegue exprimir com veracidade a realidade vivida em cidades pequenas e é através dessa genuinidade passada na narrativa que o leitor consegue experimentar um sentimento de “pertencimento” e “identificação”, seja em função a algum diálogo expresso na trama ou mesmo devido as descrições e passagens que ocorrem ao longo da história. Detalhes que estabelecem perfeitamente o costumeiro passar de tempo do interior.

O Luto e as perdas através da jornada

Uma das coisas que merecem ser destacadas e pontuadas é a questão da perda que está implicitamente envolvida na narrativa. Seja aquela perda ocasionada pela morte, ou mesmo por uma separação. “O Mirante da Montanha” é sensível o suficiente para tornar os personagens maduros através da dor ocasionada pelo fim de um ciclo.

“Quem sabe um dia entenderemos o que se passa quando uma pessoa morre, para onde vai, o que acontece depois e talvez assim possamos aceitar essa que é a certeza mais conhecida de todos: a morte, com toda a tristeza que carrega e o sofrimento que traz para os entes queridos.”

Quantas pessoas vocês conhecem que tiveram que amadurecer cedo demais porque perderam alguém próximo? Porque se separaram e tiveram que aprender a viver sozinhos? O fim de um ciclo é muito mais que um momento de dor e tristeza, é também um foco e motivo para o amadurecimento emocional, uma transição para uma nova fase, um novo momento ou mesmo uma nova vida.

Devo destacar sobretudo, que Geraldo Rocha faz um trabalho excepcional ao nos entregar com tanta paixão e benevolência cenas profundamente melancólicas que envolvem a perda. Passagens que tornam os personagens maduros e por consequência exprime uma realidade indubitável na obra. Afinal o fim é inevitável, não tem hora para acontecer e chega a qualquer momento, sem tocar a campainha e sem sinal de alerta.

O romance e o preconceito

A história principal do livro gira em torno de Fernando e Larissa, um casal que se conhece e se apaixona na adolescência. Ele, um rapaz de origem humilde que mora com sua família em uma casinha simples e que desde cedo trabalha para ajudar em casa e ter uma certa independência financeira. Já Larissa, uma moça educada, vinda de uma família mais abastada e que se vê proibida por sua mãe de manter o relacionamento com Fernando devido a diferença de classes entre os dois.

A abordagem do preconceito entre classes é bastante sútil, mas está presente, sobretudo na representação da mãe de Larissa que proíbe o relacionamento devido as origens pobres de Fernando, fato que culmina para que o rapaz resolva mudar de vida e se tornar alguém a altura da moça por quem é apaixonado. O preconceito abordado na trama é o estopim para que o leitor acompanhe os altos e baixos que perpetuam a vida do casal e se aproxime dos personagens torcendo para que o relacionamento de certo. Afinal, durante toda a obra passamos a conhece-los como dois amigos íntimos.

É uma história de amor encantadora, agradável, terna, afetuosa. E que mesmo sob várias limitações e preconceitos que são expostos ao longo da vida, sobrevive e não se apaga. É o tipo de história que faz jus ao ditado “Se tem que ser, será”, ou seja, tudo acontece no tempo certo e não existe nada que possa separar aquilo que o destino premeditou que deveria estar junto.

“Sua convicção era de que todos já nasciam com seu destino traçado e tinham de se conformar com isso. Ela acreditava que a vida delas já estava definida desde o inicio e era assim que deveria ser. Fora assim com seus pais e com seus avós, então seria assim também com elas.”

O Mirante da Montanha” é um livro dotado de uma graciosidade cativante, capaz de preencher nossos corações com a pureza de um deleitoso e afável amor. Um drama romântico que reflete a superação de personagens humanos que podem ser pessoas comuns que encontramos todos os dias e que possuem uma boa história pronta para ser compartilhada.

É lançando um desafio para vocês que termino essa resenha.

Que tal perguntar aquele amigo do trabalho qual a história dele?
Afinal, todos temos um passado que forma a nossa história e que certamente é dotada de uma admirável formosura.


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2 comentários em “O Mirante da Montanha – Geraldo Rocha

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